quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Senhores do Destino Incerto

Inauguração do mural da Amizade





Nesse mural, contém fotos dos sonhos dos meninos e figuras que representam seu atual sentimento.

Visita ao Albergue Municipal de Canoas




Começo fazendo um relato da festa de inauguração do mural da amizade, a festa estava surpreendentemente incrível, os meninos como são chamados neste equipamento, estavam todos bem apresentados, haviam tomado banho e se perfumado para esperar os visitantes que iam junto deles, inaugurar o Mural da Amizade.

Para comer os funcionários haviam preparado bolo de chocolate, pizza e refrigerante.
Os meninos estavam ansiosos pela festa, no mural da amizade colocaram fotos das atividades realizadas no Albergue.

Em cada rosto pude notar um brilho em seus olhos, talvez de esperança ou alegria, não sei, um deles me disse no decorrer da festa que estava muito feliz com nossa presença,e que era um incentivo para ele, pois já estava fazendo algum tipo de tratamento ou terapia para largar de vez da bebida e que isso só reforçaria mais a vontade de mudar.
Um outro menino há pouco tempo ficava completamente isolado, até chegarem os educadores que estão fazendo um belíssimo trabalho, e ele agora já participa das atividades e das oficinas de artes.

Na primeira semana foi perguntado a eles o que é a vida, e que deveriam responder com uma palavra ou frase, alguns tímidos, responderam à família, alegria, mas um respondeu que a vida era a morte, passadas semanas o mesmo mais alegre agora responde que a vida é alegria, não me recordo se foi o mesmo que respondeu que o que queria era ser feliz no Albergue junto com seus amigos.

Essa experiência foi emocionante, ao chegar lá me deparo com pessoas de aparência triste e sofrida, me pergunto qual seria a história de cada um deles, e o que os levou a sair de casa e viver nas ruas.

 E suas famílias será que não procuram por eles, claro que eles devem ter parentes, e estes desistiram de ajudá-los, será que eles vão viver um outro momento e irão conduzir e administrar suas vidas, sozinhos, ou estão destinados a viver assim até o fim dela?


 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Recuperando a autoestima e autoconfiança

Em alguns albergues existem equipes de profissionais preparados para lidar com diversas situações,a equipe é composta por psicologos,psicopedagogos e profissionais da educação física.
Os usuários são convidados a participar de brincadeiras e dinâmicas, que fazem eles se sentirem capazes de enfrentar o mundo.
No primeiro momento eles se sentem timidos e fechados para estas experiências benéficas,mas com o tempo vão se rendendo e mudando suas fisionomias tristes e cansadas. 

Na semana que vem, sem falta, iremos postar um vídeo dessas atividades.

                                                                                                                 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Humberto Trezzi - Pesquisa feita por um repórter da Zero Hora

Pesquisa liga crack a 72,5% dos moradores de rua de Porto Alegre 

Drogas pesadas, sexo sem camisinha e assaltos estão incorporados ao dia a dia dos jovens e adolescentes que perambulam pelas ruas das grandes cidades gaúchas. Muito mais até do que se supõe no pior pesadelo.

Pesquisa realizada ao longo de dois anos com 204 jovens que passam a maior parte do tempo nas avenidas de Porto Alegre e 103 nas de Rio Grande mostra que praticamente todos já consumiram bebida alcoólica. Na Capital, 72% provaram crack e 39% fazem uso diário ou quase diário (mais de 20 dias) da droga. 


A pesquisa foi coordenada pelo doutor em psicologia Lucas Neiva-Silva, com participação da ONG Centro de Estudos de DST-Aids do Rio Grande do Sul e do Centro de Estudos Psicológicos de Meninos e Meninas em Situação de Rua vinculados à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e à Universidade Federal do Rio Grande (Furg). O estudo tem apoio do Ministério da Saúde. 


Os dados foram revelados ontem, em palestra de Neiva-Silva em seminário do Fórum Metropolitano de Situação de Rua, integrado por representantes de prefeituras da Grande Porto Alegre. A pesquisa foi baseada em entrevistas feitas com adolescentes de rua entre 20 de dezembro de 2007 e 31 de dezembro de 2009. A média dos entrevistados é de 17 anos em Porto Alegre e 14 anos em Rio Grande. Mais de 80% dos pesquisados são do sexo masculino. 


Com drogas, mais assaltos e promiscuidade nas relações 


As revelações que surgem do questionário são mais alarmantes que o esperado, admite o coordenador da pesquisa. As piores estão relacionadas ao crack. Dos porto-alegrenses entrevistados e que usaram crack, 58,8% se tornaram usuários diários. Só 29,8% conseguiram interromper o hábito, mesmo que temporariamente. 


O uso de drogas agravou a situação de adolescentes que já costumam estar em risco. Dos porto-alegrenses entrevistados, 43,6% admitiram ter assaltado após consumir drogas E 39% tiveram relação sexual sem camisinha. Ainda em Porto Alegre, 27% fizeram sexo por dinheiro – e, desses, 89,1% usaram crack. 


Família faz a diferença


Além do crack, há problemas relacionados a outras drogas. Dos moradores de rua entrevistados, admitiram ter experimentado maconha 80,9% dos que circulam por Porto Alegre e 37,9% dos que vivem em Rio Grande. O consumo diário de cigarros foi admitido por 70,6% dos porto-alegrenses. Entre os riograndinos, 94,2% disseram ter consumido álcool. 


Chama a atenção que problemas relacionados à droga ou ao descuido nos atos sexuais são muito maiores nos adolescentes pesquisados na Capital do que nos de Rio Grande. Em Porto Alegre, apenas 27,1% moram com a família – embora passem o dia nas ruas – 97,1% dos entrevistados em Rio Grande. 


– Convívio com a família faz a diferença. Para melhor – diz Neiva-Silva, coordenador da pesquisa.
"Não dê esmolas, dê camisinhas"

Tapar o olho não adianta, apontam os envolvidos no estudo sobre meninos e meninas em situação de rua. Pregações moralistas, apenas, também não. Então é necessário distribuir preservativos para os adolescentes em risco, já que relações sexuais eles têm igual. 


“E, de preferência, com pouca burocracia”, sustenta o estudo. É comum os adolescentes relatarem que não buscam preservativos em centros de saúde porque têm de preencher formulários – grande parte não sabe escrever adequadamente – ou apresentar documentos (que muitos simplesmente não têm). Com relação à população, é sugerida uma campanha com o slogan “Não dê esmola, dê camisinha!”
ZERO HORA